sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Eram tão seus os braços....
me, mim, com meu país das maravilhas
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A carta de dia dos namorados, que não é do dia dos namorados
Clarice Lispector
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Minha florzinha ,
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Os conseguintes dela . E dele .
Ela não consegue dormir e vai tomar banho, cantarolando . Se lembra que foi nessa música que ele se descontraiu e fez tudo parecer antigo . Ri . Sente vontade de voltar , dar aquele abraço e contar isso pra ele, mas está tudo dá maneira que deveria estar.. é melhor não acionar a teoria do caos .
Ele tem problemas no caminho para o trabalho, mas chega bem . Lembra que , outro dia, os dois estavam em outra dimensão, em outro espaço temporal . Acha o mundo ridículo e feliz . Lembra que estava boa a vida sem procura . Encontrar dá medo, preguiça e uma sensação estranha de estar se perdendo . Será que vou ter algo a mais com essa louca ? Será que essa louca vai me levar ?
Aí ele lembra . Caraca ! A doida escreve . Sem pudor . Deixou escapar pra ele . A essa hora já deve ter um texto publicado sobre a noite anterior . Será que ela achou boa ? Será que não se irritou com a malemolência ? Será que ela vai publicar o tamanho da minha história ? Da minha tatuagem ? Da minha alma ?
Ele correu com o trabalho . Ainda suspirava, mas com muito receio . Precisava chegar logo em casa e rezar para que ela ainda repousasse, para acessar aquele site desgraçado . Todo sem sentido e que ele nunca entendeu. Mas é ali que ela se descasca, sem dó nem piedade .
Corre com seu carro que ainda tem o cheiro dela e uns fios de cabelo, agora meio dourados, pendurados no assento do passageiro. Foi bom. A noite foi boa. A história é maravilhosa. Ela não vai falar mal de mim. E também não vai falar nada de mim. Nem bem. Como ele quer que ela seja misteriosa e suma durante todo o dia de hoje. Ele quer sentir o frio na barriga, o nervoso pra saber se ela vai atender ou não. Não seja fácil, minha filha. Não escreve que gostou. Deixa eu sofrer um pouco. Deixa.
Ele chega em casa e lá está ela , sentada na cadeira do computador, com os cabelos molhados e aquela cara de eu-não-to-postando-nada, mais lavado do mundo . Não importava, também . Deu aquele beijo de 'oi, minha linda ', e contou as histórias do dia .
Ela ainda estava muito nervosa e não queria que nada desse errado . Tô fazendo o almoço ! E passam horas maravilhosas, dias históricos e , por sintonia, cantarolam juntos o som que o sol faz . Ela abraça, ele sente . Ele ri, ela reluz . Ela olha, ele fica sem jeito . E chegou a hora de pescar a saudade .. e o tudo passou, o tempo passou . Restou a nova tatuagem , e a beleza, e a dor .
Outro dia, meio que ao acaso, ele entrou no tal site da menina , e demorou a carregar . Lá estava. Um texto. Um texto pra ele. Caramba, ela havia escrito? É o primeiro texto que alguém escreve pra ele, tirando umas namoradas de outras épocas que botavam frases do tipo “eu sei que quando tiver de ser, será” nos comentários de fotos que ele até gostava de ler. Agora é quase uma escritora de verdade. Ele ri, porque a quase escritora de verdade se acha um pouco dizendo que é de verdade.
Ele pensa nela, sente saudade. E não quer fugir, e nem quer viver. É, da medo. Ela deve estar com medo também. Sentir é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar uma coisa nova, e crê que as coisas só crescem em liberdade. Só crscem se têm espaço pra crescer . Ela também escreveu que sentia tão fundo, que tinha medo de engasgar com o sentimento e ele sumir , e afirmou novamente que tinha medo .
E faltando dois parágrafos pra terminar o texto, ela manda, na lata mesmo: “Antes de decorar seu nome, já sabia de cor a quantidade exata de suas pintinhas no rosto . Eu pegaria um ônibus pra ir te ver, hoje " . O que será que ele vai responder? Ele então pega um copo de suco. E sai cantando como se o dia estivesse diferente , mesmo que não pensasse em responder . E ela não esperava uma resposta . E eles sabem que algumas coisas podem esperar, mesmo que nem tudo possa .
Talvez não tenha sido isso o que ela quis dizer . Mas acaba que a quase escritora de verdade desconhecia aquele código e, por vez, acabava sendo uma escritora de quase verdades .
Nicole Manes
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Aniversário rima com frases gays .
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Bateu saudade !
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Desabafo
quarta-feira, 25 de junho de 2008
O carinho por trás da objetividade
- Já eu, encarando o processo num todo, prefiro o que há entre o alçar vôo , tão coerente e, ao mesmo tempo , demente que chega a ser comovente; e o pouso, ora turbulento , ora nem tanto . Prefiro o simples vôo, onde moram a dor e a beleza, o puro e o cabuloso . - Respondeu ela, se perdendo dentre a poesia inventada .
Dispersos, cada um tomou seu rumo. E por isso se davam tão bem ...
Ela, a imaginar a praia, os risos, os dois . Não um pôr-do-sol, pois seria normal demais pra uma relação que , de convencional, só restara a carcaça que um dia alguém invento de chamar de amizade . Entre um golaço e outro do LDU em cima do Fluminense, tramava uma maneira original de chamar-lhe pra fazerem qualquer coisa , e parou pra observar como o tempo foge à regra clara .
Ele, em seu mundo de mundos diários, riu por alguns segundos da conversa e foi acompanhar o jogo . Sem esconder a felicidade contida em cada ameaça de derrota do já citado clube, ás vezes pensava em como haviam se conhecido , e reconhecido . Achava graça porque parecia faz-de-conta, e tramava uma maneira original de aceitar um convite para fazerem qualquer coisa, enquanto escutava Los Hermanos e atualizava seu perfil no orkut .
E por isso se davam tão bem .
Ela desligou o computador e foi dormir, enquanto ele fazia o mesmo . Dalí em diante, bastava que se encontrassem para o acalento final, e ele foi dormir sabendo que valia um caminhão de tele-sena são joão, e ela sonhou em paz .
Nicole Manes
terça-feira, 24 de junho de 2008
Àquele que insiste em habitar meus sonhos ...
O sonhador não escolhe o seu sonhar .
Sequer reconhece o livre e leve por trás do fado que espia . Entre um trago e outro, sente as coisas à medida que elas não o sentem, e abre o grande livro das metas pra justificar questionários alheios a esse mundo de raros . "Buongiorno, principessa" - lhe diria, numa manhã qualquer de certos devaneios amelísticos . Põe o disco na vitrola e caminha no vale dos quisera-eu .
O sonhador não escolhe o seu sonhar .
Ou não o seria . Vive refén desse quê de incerto que pescou pra chamar de sentido . E cá, eu, renuncio ao fardo de racionalizar tamanha insensatez humana, de um pingo de nada que preenche tanto esse vazio de ti .
O sonhador não escolhe o seu sonhar .
Sonha, porque ganha a vida assim .
Sonha porque ganha vidas assim .
Sonha porque, assim, tens a vida ganha .
E minha vida, assim, ganhasse sonhando ...
E o verso vai pra direita, o sentido pra esquerda. Já não importa .
Nicole Manes
P.S : Preciso repor aquele calor de seu abraço que, com o tempo, o coração absorveu .